A arborização urbana é um assunto que tem crescido em importância nas discussões sobre os problemas das cidades e na busca de maior qualidade de vida para os cidadãos, pois além de desempenhar um papel estético na composição urbana, as árvores têm funções múltiplas que podem contribuir de maneira efetiva na promoção de melhorias na qualidade ambiental das cidades.
Dentre os fatores que poderão contribuir para a melhoria das condições urbanísticas deverão ser avaliadas, basicamente, as seguintes potencialidades:
a) conforto para as moradias;
b) sombreamento;
c) abrigo e alimento para avifauna urbana;
d) diversidade biológica;
e) diminuição da poluição (principalmente a ruído e qualidade do ar);
f) condições de permeabilidade do solo;
g) potencial paisagístico.
A relação entre as árvores e a população muitas vezes tem sido marcada pela ocorrência de conflitos provocados por falhas no planejamento da arborização e da urbanização. Como exemplos mais típicos podem ser citados as constantes reclamações quanto aos danos em calçadas provocados por raízes ou a incompatibilidades surgidas entre galhos e redes de transmissão de energia e as raízes com as tubulações de água e esgoto.
Diariamente chegam à Prefeitura Municipal solicitações para supressão de árvores, no passeio e nos lotes residenciais. Os motivos alegados são vários: construção ou ampliação de residências, danificação de passeios e muros e até briga com vizinhos por motivo de folhas caídas no solo.
Em função da quantidade e idade das árvores, surgiu a necessidade de um Plano Municipal de Arborização Urbana para o Município de Bicas. O Plano propõe a substituição e o plantio de árvores, em toda a cidade, não só onde houve maior demanda de supressão mas em todo município, conforme as condições e idade das árvores ali existentes ou da falta destas.
As árvores de rua têm inúmeros usos e funções no ambiente urbano. Um dos efeitos de maior importância, porém de difícil quantificação, diz respeito à satisfação psicológica que o ser humano sente ao caminhar sob árvores. Além do uso estético e arquitetônico, as árvores fornecem inúmeros benefícios ao meio ambiente refletindo na qualidade de vida e humanização das cidades: amenização da temperatura através da sombra de suas copas e umidificação do ar por meio da transpiração das folhas; modificação do micro clima urbano, o que por sua vez afeta o balanço de energia no interior das casas; retenção de partículas de poeira e de poluição na sua copa; purificação do ar produzindo o oxigênio que respiramos; redução dos ruídos, servindo de barreira contra os ventos; etc.
A experiência tem demostrado que a vida útil de uma árvore em condições tão adversas de desenvolvimento, limita-se ao redor dos 30 anos, idade à partir da qual recomenda-se a substituição. Diante da importância da compatibilização da árvore e do local adequado de plantio, faz-se necessário o planejamento, o estabelecimento de normas para promover a implantação da arborização no espaço público e o acompanhamento constante de técnico habilitado para evitar que as árvores urbanas tornen-se um estorvo na cidade, e sua extirpação pura e simples seja utilizada como "remédio" para a solução de problemas.
Diante de tudo isso, para se plantar árvore em meio urbano deve-se obedecer a distância mínima em relação aos diversos elementos de referencia existente nas vias públicas, seguindo as correspondências abaixo especificadas:
Tabela retirada do "Manual Técnico de Arborização Urbana" 2005 - Prefeitura de São Paulo
(1) Evitar interferências com cone de iluminação;
(2) Sempre que necessário, a copa de árvores de grande porte deverá
ser conduzida acima das fiações elétricas e da iluminação pública;
(3) A visão dos usuários não deve ser obstruída;
(4) Caso as espécies arbóreas sejam diferentes pode ser adotada a média aritmética;
(5) Uma vez e meia o raio da circunferência circunscrita à base do tronco da árvore quando adulta, medida em metros;
OS ALUNOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS, ESTARÃO PARTICIPANDO DO PLANTIO DE ÁRVORES NAS VIAS PÚBLICAS e se você também quiser participar, vá até a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e se inscreva no projeto "ADOTE UMA ÁRVORE". Saiba o regulamento do projeto e participe!
INFORMAÇÕES:(32)3271-6657 - Secretaria de Meio Ambiente de Bicas
ÁRVORES DE PEQUENO PORTE
São
aquelas cuja altura na fase adulta atinge entre 04 e 05 metros e o raio
de copa fica em torno de 02 a 03 metros. São espécies apropriadas para
calçadas estreitas (< 2,5m), presença de fiação aérea e ausência de
recuo predial. São elas:
Murta, Falsa-murta, Murta de cheiro - Murraya exotica
Ipê-de-jardim - Stenolobium stans
Flamboyantzinho, Flamboyant-mirim - Caesalpinia pulcherrima
Manacá-de-jardim - Brunfelsia uniflora
Hibisco - Hibiscus rosa-sinensis
Resedá anão, Extremosa, Julieta - Lagerstroemia indica
Grevílea anã Grevillea forsterii
Cássia-macrantera, manduirana - Senna macranthera
Rabo-de-cotia - Stifftia crysantha
Urucum - Bixa orelana
Espirradeira, Oleandro - Nerium oleander
Calistemon, Bucha-de-garrafa - Callistemon citrinum
Algodão-da-praia - Hibiscus pernambucencis
Chapéu-de-Napoleão - Thevetia peruviana
ÁRVORES DE MÉDIO PORTE
São
aquelas cuja altura na fase adulta atinge de 05 a 08 metros e o raio de
copa varia em torno de 04 a 05 metros. São apropriadas para calçadas
largas (> 2,5m), ausência de fiação aérea e presença de recuo
predial. São elas:
Aroeira-salsa, Falso-chorão - Schinus molle
Quaresmeira - Tibouchina granulosa
Ipê-amarelo-do-cerrado - Tabebuia sp
Pata-de-vaca, unha-de-vaca Bauhinia sp
Astrapéia - Dombeya wallichii
Cássia imperial, cacho-de-ouro - Cassia ferruginea
Resedá-gigante, Escumilha african - Lagerstroemia speciosa
Magnólia amarela - Michaelia champaca
Eritrina, Suinã, - Mulungu Erytrina verna
Ligustro, Alfeneiro-do-Japão - Ligustrum lucidum
Sabão-de-soldado - Sapindus saponaria
Canelinha - Nectandra megapotamica
São
aquelas cuja altura na fase adulta ultrapassa 08 metros de altura e o
raio de copa é superior a 05 metros. Estas espécies não são apropriadas
para plantio em calçadas. Deverão ser utilizadas prioritariamente em
praças, parques e quintais grandes. São elas:
Sibipiruna - Caesalpinia peltophoroides
Jambolão - Eugenia jambolona
Monguba, Castanheira - Pachira aquatica
Pau-ferro - Caesalpinia ferrea
Sete-copas, Amendoeira - Terminalia catappa
Oiti - Licania tomentosa
Flamboyant - Delonix regia
Alecrim-de-Campinas - Holocalix glaziovii
Ipê-roxo - Tabebuia avellanedae
Ipê-amarelo - Tabebuia chrysotrica
Ipê-branco - Tabebuia roseo-alba
Cássia-grande, Cássia-rósea - Senna grandis
Cássia-de-Java - Senna javanica
Jacarandá-mimoso - Jacaranda mimosaefolia
Figueiras em geral - Ficus sp
As
palmeiras em geral também não são apropriadas para uso em calçadas,
seja pelo porte, na maioria das vezes grande, e também pela dificuldade
de manejo. No entanto, podem ser utilizadas nos canteiros centrais de
avenidas e nas rotatórias, bem como nas áreas livres públicas.
PODA
A
poda tem a função da adaptar a árvore e seu desenvolvimento ao espaço
que ela ocupa. O conhecimento das características das espécies mais
utilizadas na arborização de ruas, das técnicas de poda e das
ferramentas corretas para a execução da poda permite que esta prática
seja feita de forma a não danificar a árvore.
Entretanto,
a poda sempre será uma agressão à árvore. Sempre deverá ser feita de
modo a facilitar a cicatrização do corte. Caso contrário, a exposição do
lenho permitirá a entrada de fungos e bactérias, responsáveis pelo
apodrecimento de galhos e tronco, e pelo aparecimento das conhecidas
cavidades (ocos).
A
situação ideal é conduzir a árvore desde jovem, quando tem maior
capacidade de cicatrização e regeneração, orientando o seu crescimento
para adquirir uma conformação adequada ao espaço disponível. As espécies
cujo principal atributo são as flores não deverão ser podadas nos meses
que antecedem a época de floração.
Para
as espécies que apresentam floração pouco significativa, do ponto de
vista paisagístico (ligustro, canelinha, sete-copas, monguba,
aroeira-salsa, etc), a poda deverá ser feita no final do período de
repouso vegetativo que, para nossas condições climáticas, ocorre nos
meses de agosto e setembro.
O
local mais apropriado para o corte é na base do galho, ou seja, onde
ele está inserido no tronco ou em ramos mais grossos. A base do galho
possui duas regiões de intensa atividade metabólica, que apresentam
rápida multiplicação de células: a crista, que fica na parte superior e o
colar, que fica na parte inferior do galho. Para poda de galhos grossos
(diâmetro superior a 2,0 cm), considerados lenhosos, o corte deverá ser
feito em três etapas. A figura 06 mostra a anatomia da base do galho e o
posicionamento dos três cortes em galhos grossos. Os galhos com até 2,0
cm de diâmetro são eliminados em corte único, com auxílio de tesoura de
poda ou serra manual.
A seguir seguem os tipos de poda utilizados em árvores de rua:
a. Poda
de Condução: é adotada em mudas e árvores jovens com o objetivo de
adequá-las às condições do local onde se encontram plantadas, adquirindo
tronco em haste única, livres de brotos e copa elevada, acima de 1,80
metros.
b. Poda de Manutenção: adotada nas árvores jovens e adultas, visando a manutenção da rede viária. Divide-se em:
• Poda de limpeza: é executada em árvores jovens e adultas, com o objetivo de remover galhos secos, doentes ou ramos ladrões.
• Poda
de conformação: poda leve em galhos e ramos que interferem em
edificações, telhados, iluminação pública, derivações de rede elétrica
ou telefônica, sinalização de trânsito, levando-se em consideração o
equilíbrio e a estética da árvore.
• Poda para livrar fiação
aérea: adotada em árvores de médio e grande portes sob fiação, visando
evitar a interferência dos galhos com a mesma. O ideal é o preparo da
árvore desde jovem. Pode ser efetuda de quatro maneiras diferentes,
dependendo de cada situação e da espécie que será podada.
• Poda
em "V": é a remoção dos galhos internos da copa, que atingem a fiação
secundária energizada ou telefônica, dando aos ramos principais a forma
de V, permitindo assim o desenvolvimento da copa acima e ao redor da
rede elétrica.
• Poda em "furo": consiste na manutenção da poda
em "V", com o desenvolvimento da copa acima e ao redor da fiação. É
necessária remoção constante das brotações desenvolvidas ao redor dos
fios.
• Poda de formação de copa alta: a copa é direcionada a se
formar acima da rede elétrica. Consiste na remoção dos ramos principais
e/ou secundários que atingem a fiação. Quando existe fiação primária
energizada, a formação de copa alta não é possível.
• Poda de
contenção de copa: é a redução da altura da copa, com o objetivo de
mantê-la abaixo da fiação aérea. É utilizada principalmente em árvores
plantadas sob fiação primária energizada.
• Poda drástica: é considerada poda drástica aquela que apresenta uma das seguintes características:
-
Remoção total da copa, permanecendo acima do tronco os ramos principais
com menos de 1,0 metro de comprimento nas árvores adultas;
- Remoção total de um ou mais ramos principais, resultando no desequilíbrio irreversível da árvore;
- Remoção total da copa de árvores jovens e adultas, resultando apenas o tronco.
As
podas drásticas deverão ser evitadas, sendo a sua utilização permitida
apenas em situações emergenciais ou quando precedida de parecer técnico
de funcionário municipal autorizado.
As
ferramentas e equipamentos principais para os serviços de poda são:
tesoura de poda, serras manuais ou moto-serras. Deverão ser evitadas as
seguintes ferramentas: machado, facão e foice.
Os equipamentos acessórios são as escadas, cordas e plataformas elevatórias ou cestos.
Os
equipamentos de segurança são: capacete com fixação no queixo, óculos
para evitar serragem nos olhos, protetores auriculares para os
operadores de moto-serra, luvas de couro e sapatos com solado reforçado.
DOENÇAS
O
controle da saúde das árvores deve ser feito regularmente. Os problemas
mais freqüentes são formigas, cochonilhas, pulgões, lagartas, fungos e
cupins. Sempre que houver algum problema, dessa natureza, com as árvores
próximas à sua residência, o melhor a fazer é procurar orientação de
técnicos habilitados, que indicarão o procedimento adequado para cada
caso.
A prática comum de caiar troncos das árvores não tem função
benéfica. A cal é tóxica para os líquens que vivem nos troncos das
árvores.